Primeiro precisamos representar esse grupo de pessoas que como as da antiguidade, eram desprezadas, humilhadas, na época em que Cristo viveu na terra em corpo físico. Podemos fazer então uma materialização moderna: coletores de impostos, prostitutas, e o próprio Jesus, que foi muito humilhado e tratado com muito preconceito em sua época.


Jesus foi discriminado, desprezado, considerado o pior dos pecadores juntamente com esse grupo que a sociedade condenava.


Jesus é graça, nos trouxe a paz e decidiu, determinou que iria dar atenção especial à essas pessoas, pois sabia que eram as que mais precisavam d’Ele. Jesus veio ao mundo para os doentes da alma, e não para os sãos.

Nosso mestre não tinha tolerância com aqueles que não acreditavam que precisavam de um salvador (como os fariseus). Jesus não tolerava pessoas que não eram capazes de enxergar seus próprios erros, ou seja, comportamentos que poderão levar a ruína, podendo prejudicar sua vida espiritual, emocional e física.

Deus cuida de nós, quer nosso bem, nos ama e sempre deu atenção aqueles que mais pecaram, sempre dando chances de mudança.

Jesus passava bom tempo com os que ele considerava pecadores, jantava com prostitutas e meretrizes, coletores de impostos, sempre estava interagindo com eles, e tocava naqueles que eram destruídos pela enfermidade socialmente inaceitável. (Alan Charmbers).

Se quisermos alcançar a comunidade gay para Jesus, devemos seguir seu exemplo: Jesus deixava claro que concordava com certos comportamentos, porém, tratava com tolerância e amor, não deixava de pregar, de dizer a verdade, entretanto expressava sua graça através da verdade da conversão e do que nos espera no reino espiritual, e qual será nosso galardão na eternidade. Deus se relacionava com aqueles que não o conheciam, ou estavam perdidos em suas transgressões.

Jesus sempre rompeu barreiras religiosas e culturais, curava enfermos no sábado quando isso era considerado pelos judeus como “sacrilégio”. Ele ia contra as tradições judaicas, portanto, estaria Jesus pecando perante Deus.

Cristo sempre sacrificou tradições, sua reputação, em prol das vidas que queria influenciar. Falava, amava aqueles que a tradição religiosa ignorava. Na época chocou, quebrou paradigmas. Ele chocou inclusive a igreja estabelecida, por isso zombaram dele, e o humilharam.

Seu sofrimento nunca foi pelos justos e sim pelos pecadores, por aqueles que ainda não sabiam que tinham outra oportunidade de vida.
Não estou dizendo com isso que devemos aceitar o pecado, não, de forma alguma. Jesus não aceitava, porém tratava com amor e defendia o pecador. Ame o Pecador, não o Pecado. (Rm 6:22)

Devemos olhar o pecador além dele mesmo, através de sua história, antes de apontar qual é sua transgressão, Dê atenção às suas necessidades físicas e emocionais, estabeleça vinculo afetivo.

Jesus oferecia algo melhor que o comportamento que era considerado pecado. O que temos oferecido de melhor para essas pessoas que achamos pela nossa fé estar no erro? O que oferecemos à elas para que queiram abandonar o velho homem? Só acusações?

No poço de Jacó, Cristo disse à mulher que Ele tinha água viva, e ofereceu a ela. (João 4.5-30)

Para a adúltera, lemos que ofereceu-lhes a liberdade da condenação. (João 8:3-11.)

Após uma prostituta lhe ungir os pés, perdoou seus pecados. Depois de curar, Ele sempre perdoava pecados e oferecia vida eterna. (Lc 7,36-50)

Ele apenas deu sua amizade a Zaqueu, e este percebeu sozinho que precisava de Jesus. O que estamos oferecendo aos homossexuais além de apontar seu pecado? (Lucas 19:1-5).

Você tem permissão de Deus para amar a todos em igualdade ainda que não concorde com eles, com seu comportamento. E pode, sim, deixar isto claro, mas como ele vai saber que existe um Deus de amor, que ele pode recorrer, se só oferecemos a culpa, o inferno. (Mateus, 22, 34 a 40)
  
Nossas razões quando expressamos a verdade bíblica deve ser pura, ou seja, sem pré-conceito, e sim a expressão do verdadeiro amor cristão, pela sua alma e pelo seu bem estar. Muitas vezes temos que fazer essa avaliação sincera de nós mesmos, e, se acharmos que temos algo que nos impede de evangelizar com a pureza da graça, devemos tratar esses sentimentos, essas impressões, estas concepções errôneas primeiro.

Gays muitas vezes são quase que impossíveis de serem amados, mas cristãos também são, e como são. São arrogantes, petulantes, se acham detentores do poder de Deus, tem pouca humildade, e parecem defensores de Jesus, mesmo sabendo que Deus precisa mesmo é de servos.

Sabemos que temos que lutar pelo que acreditamos. Em uma sociedade relativista onde o que vale é o prazer, seja ele qual for, podemos sim expressar nossa verdade e do que discordamos, lutar pelos nossos direitos, isso é fato. Crentes podem, com ordem e conhecimento, ser militantes sociais e políticos, pois sabemos que muitos projetos/ações que são contrários á família estão sendo empurrados “goela abaixo” para sociedade e temos que estar alerta, isso é fato.

Porém, estamos falando aqui de como Jesus nos ensina a tratar e conquistar para Ele, pessoas que tem comportamentos que a Bíblia condena.

Devemos falar primeiramente de Jesus, de Seu amor, de Seu sacrifício, de Sua graça, se quisermos conquistar os homossexuais, mas com amor. Sabemos que, como defesa, muitos não vão querer saber e/ou entender, ainda assim devemos oferecer amor e graça. Não com o objetivo final de transformá-los em heterossexuais, e sim em servos de Jesus, e o resto vem como consequência. A mudança que temos que almejar é a de VIDA por intermédio de CRISTO, e deixar que Deus cuide de sua homossexualidade.

Devemos saber que as pessoas não escolheram sentir tais atrações, podem acreditar, muitos não conseguem se imaginar diferente, isso é fato. Somente o poder da cruz de Cristo, o amor de Cristo é capaz de transformar qualquer pessoa. Mas não é tarefa fácil, depende de cada um, de sua história, da quantidade de traumas vivenciados, e do querer incondicional, como é para todos nós, quando lutamos para abandonar nossos pecados.

Temos que convencer as pessoas a quererem mudar, mas não depende de nós, e sim da pessoa em questão. Ela tem que querer, mas como vai querer o amor de Jesus se somente mostrarmos intolerância?

Podemos, sim, evangelizar a comunidade gay, mas precisamos tratar nossos sentimentos e nossas intenções primeiro. Você está pronto para começar a transformação do homossexual, por você?

Marisa Lobo – Escritora, pregadora da palavra de Deus – psicóloga, cristã

Em Cristo Marisa Lobo

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